sábado, 29 de setembro de 2012

poesia chinfrim de madrugada

E continuo aqui
Apenas eu e o vazio
Espero pelo que não chega
Nem sei pelo que espero
Espero que descubra pelo que eu espero
Antes que não possa mais esperar por nada

I'm feeling good


Muse é demais, né?
Mas nessa música, eles não levam todo o crédito, não senhor!
"Feeling good" é uma composição da diva, bela, perfeita, Nina Simone!

Pra quem não conhece, Nina era uma grande pianista, cantora (de jazz, blues, soul e outros) e compositora, dá época por volta de 60 e 70, pioneira das causas negras na música. A mulher era (e é) in-crí-vel!
Vejam com seus próprios ouvidos:



terra pequena

o que tem de mosca verde
de parede rebocada
margarina em vez de azeite
vizinhança na calçada

o que tem de fofoqueira
de gente boa e bacana
homem véi de bebedeira
e paçoca com banana

o que tem de bicicleta
de gente supersticiosa
mas o que mais me arreta
é politicagem sebosa

tu conhece seu minino
que já até se casou
tá perdido no destino
a mulher que engravidou

marmota de interior
mas não venha mangar, não
ora pois, agora veja
por mais longe que esteja
ficará sempre no coração

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

tic tac tic tac tic tac

e o tempo passou
ainda preciso correr
se a poesia me abandonou
a quem devo recorrer ?

domingo, 23 de setembro de 2012

O homem que não existe

Dica de filme: Sr. Ninguém


Qual o poder de nossas escolhas? Nossa vida é feita de destino ou de decisões?

Esse filme é incrível tanto na super produção, elenco (Jared lindo Leto como protagonista), trilha sonora, quanto principalmente na história.
É um daqueles filmes difíceis de entender, pra quem gosta de filosofia, indagações e quebrar a cabeça compreendendo ele. Eu mesma só entendi na segunda vez que assisti, haha!

Só o trailer já nos dá arrepios, não é verdade? 
Recomendadíssimo!

Agora deixa eu estragar tudo :

você morre no final!

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Prenda a respiração e leia!


Procuro o ar
        Desenfreadamente
   Tudo está escurecendo
procuro minha mente
    meus braços e pernas se movimentam
                                                    freneticamente
perdi o fôlego tão
rapidamente
estou d
           e
          s 
             c 
              e
              n
                d
              o
gradativamente
queria uma coisa
                      somente:


subir.
  [como as bolhas que saem de mim


Afinal


Mas afinal
Qual é o sentido
De viver sem ter sentido
O sentido de viver ?

Afinal
O que importa é o que pensei ou o que fiz?
Devo ser mais uma Macabéa?
Ou não devo ter medo de ser feliz ?

Afinal
O que fica é só emoção ?
Melhor viver sempre com um frio na barriga
Do que ter frio no coração

~~~~~~~~~~~~~~~~~ 
Pra quem não entendeu o verso "Devo ser mais uma Macabéa?"
Macabéa é a protagonista do livro "A hora da estrela", de Clarice Lispector, que tem milhares de sonhos e quase nenhuma coragem de buscá-los. Recomendo!

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

a gente nunca sabe onde o poema vai estar


Ideal para uma segunda-feira.
(recomendo muito o tumblr deles!)

cachorro louco

Paulo Leminski



Um dos meus poetas preferidos, esse cara é incrível! Poemas simples, cotidianos, irreverentes, LINDOS, e que nunca nos cansa de lê-los!

PS: Para quem não entendeu o título do post,

O pauloleminski
é um cachorro louco
que deve ser morto
a pau e pedra
a fogo a pique
senão é bem capaz
o filhadaputa
de fazer chover 
em nosso piquenique.

domingo, 16 de setembro de 2012

manhã de domingo

essa atmosfera tão calma
dá para confundir com o triste
o inquietar da minha alma
sugere que a calma não existe
mesmo assim, o sol me faz sorrir
não importa se é calmo ou triste
não sei mesmo o que é existir

sábado, 15 de setembro de 2012

the sun is going down



Conheçam Sóley e suas músicas... indescritíveis! (É, não encontrei uma palavra para defini-las).
Música de colocar no fone de ouvido, rodar até cair no chão e sentir a respiração e o mundo girando, com os olhos fechados...
Ah, e ouçam no último volume!



Alien


Alienígena
Fazendo-me alienar
Talvez se eu me tornar
Um brilhante alienista
Tratarei alienados ou sairei em revistas
Ou do contrario
Procurarei me tratar
Para alienígenas
Não mais me fazerem alienar

Do diário de Maria


Era uma vez um pássaro. 

Adornado com um par de asas perfeitas e plumas reluzentes, coloridas e maravilhosas. Enfim, um animal feito para voar livre e solto no céu, e alegrar quem o observasse.
Um dia, uma mulher viu o pássaro e apaixonou-se por ele. Ficou a olhar o seu voo com a boca aberta de espanto, o coração batendo mais rapidamente, os olhos brilhando de emoção. Convidou-o para voar com ela, e os dois viajaram pelo céu em completa harmonia. Ela admirava, venerava, celebrava o pássaro.
Mas então pensou: talvez ele queira conhecer algumas montanhas distantes! E a mulher sentiu medo. Medo de nunca mais sentir aquilo com outro pássaro. E sentiu inveja, inveja da capacidade de voar do pássaro.
E sentiu-se sozinha.
E pensou: “Vou montar uma armadilha. Da próxima vez que o pássaro surgir, ele não partirá mais”.
O pássaro que também estava apaixonado, voltou no dia seguinte, caiu na armadilha, e foi preso na gaiola.
Todos os dias ela olhava o pássaro. Ali estava o objecto da sua paixão, e ela mostrava-o às suas amigas, que comentavam: “Mas tu és uma pessoa que tem tudo”. Entretanto, uma estranha transformação começou a processar-se: como tinha o pássaro, e já não precisava de o conquistar, foi perdendo o interesse. O pássaro, sem poder voar e exprimir o sentido da sua vida, foi definhando, perdendo o brilho, ficou feio – e a mulher já não lhe prestava atenção, apenas prestava atenção à maneira como o alimentava e como cuidava da sua gaiola.
Um belo dia, o pássaro morreu. Ela ficou profundamente triste, e passava a vida a pensar nele. Mas não se lembrava da gaiola, recordava apenas o dia em que o vira pela primeira vez, voando contente entre as nuvens.
Se ela se observasse a si mesma, descobriria que aquilo que a emocionava tanto no pássaro era a sua liberdade, a energia das asas em movimento, não o seu corpo físico.
Sem o pássaro, a sua vida também perdeu sentido, e a morte veio bater à sua porta. “Por que vieste?” perguntou à morte.
“Para que possas voar de novo com ele nos céus” respondeu a morte. “Se o tivesse deixado partir e voltar sempre, você o amaria e o admiraria ainda mais; porém agora você precisa de mim para poder encontrá-lo de novo.

_________________________

Esse é um trecho do livro Onze Minutos, de Paulo Coelho, com os quais me encantei -tanto este trecho como o livro inteiro- e tinha que compartilhar, pois, de fato, é uma história real, que aconteceu, acontece e acontecerá inúmeras vezes.
Daqueles que dá vontade de colar na parede para refletir sempre! haha!

Palavra


Palavrinha
Palavrão
Palavreado
Apalavrar
Palavra leva
Ou se deixa levar
Palavra brinquedo
Pra poetizar
Mas palavra é coisa séria
Destróis muros
Constrói furos
Nem que seja um pedacinho
Pode despedaçar